11.15.2007

Porque o mundo engoliu e virou em si a própria escrita. Desde então, escrevo em pensamento e em visão: escrevo-me dentro das coisas, que escrevem em mim o eu-mesmo exterior a tudo. Muitos dias, noites, madrugadas, presença e ausência. E, neste tempo, escrevendo sem parar, incessantemente, sem nem tocar no papel (ou no teclado do computador). Escrevendo sem escrever, porque assim, escreve-se na minúcia e no sopro, escreve-se sem precisar comunicar, estancar, escreve-se num sem-parar que é mais escrita do que esta atual.

Hoje, cessei e, neste momento, reorganizo as folhas imaginárias. Desobstruo o caminho e abro espaço. Redistribuindo, digerindo.

Assim, o dia chuvoso parece ensolarado, dentro do meu quarto. Nos dias, meses, anos que se passaram, sigo vivendo sem fim. Só que agora, não são mais escrita, transformaram-se em leitura para aquilo que de novo pode surgir.

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