2.16.2004

Essa música é ótima, e condiz muito com os [meus] últimos dias...


"I'll fake it through the day
With some help from Johnny Walker Red
Send the poison rain down the drain
To put bad thoughts in my head
Two tickets torn in half
And a lot of nothin' to do
Do you miss me, Miss Misery
Like you say you do?

A man in the park
Read the lines in my hand
Told me I'm strong
Hardly ever wrong I said
"Man you mean--"

You had plans for both of us
That involved a trip out of town
To a place I've seen in a magazine
That you'd left lyin' around

I don't have you with me
But I keep a good attitude
Do you miss me, Miss Misery
Like you say you do?

I know you'd rather see me gone
Than to see me the way that I am
But I am in your life any way

Next door the T.V.'s flashing
Blue frames on the wall
It's a comedy of errors you see
It's about taking a fall

To vanish into oblivion
It's easy to do
And I tried to leave but you know me
I come back when you want me to.

Do you miss me, Miss Misery
Like you say you do?"

(Miss Misery - Elliot Smith)

De volta ao blog...


Alguém se coloca em pose. Veste-se de si mesmo, um pouco alterado. Dá voltas ao redor de si e, de repente, cai espatifado.

Alguém não consegue. Mergulha fundo no mundo, mas o mundo não é do seu tamanho. Reproduzir parece enfadonho. Não tem os olhos vendados.

Por tristeza, entende-se certeza. Certo que a sentença da verdade é morrer de liberdade. O ar falta.

Introjetadamente. Vê-se fora da corrente.

2.09.2004

SEQÜESTRO FAMILIAR
E do nada... perdi uma chance de falar


Rua. Meia-noite e meia. Uma garota. Um senhor. Muitos gritos.

"Dinheiro não compra as pessoas!"

Pai. Filha.

"Eu desisti. Não vou com você, porra!"

Pai. Tapas. Filha.

"Você tá drogada?"

Filha.

"Você é um merda. Tá sem maconha. Fica alterado."

Pai. Pessoas. Filha.

"Vou te levar à força, filha da puta."

Mãe. Submissa. Filha.

"Mimada!"

Filha. Pai.

Chuva.

Eu. Minha cabeça. Entendimento perfeito.

"Sai de casa!"


Família. Instituição falida.


2.07.2004

Ao todo  


Percebeu que não vivia
Perdia o tempo com palavras gastas
E gestos fracos
O tempo perdia-se
No seu tempo esvaziado
Trouxe pra perto
Tudo experimentado
Trouxe tudo estragado
Consumiu até o último cigarro
Apodreceu o seu pulmão despedaçado
Retornou salivas desconhecidas
Gozou com gritos desmantelados
Pensou que talvez viria
(e sentiu uma estranha alegria)
a deglutir todo o tempo que se esvaía
Tombou com os pensamentos
Perdeu o sono e o sangue
Na parte mais escura da apatia.

Decidiu que não vivia. 

Acabou com a sorte 
Não raiou o novo dia

2.03.2004

Exit elboliviano
(por mais um tempo indeterminado)
Pour your misery down on me...

"What came first, the music or the misery? Did I listen to music because I was miserable? Or I was miserable because I listened to music? Do all those records turn you into a melancholy person? (...) The unhappiest people I know, romatically speaking, are the ones who like pop music the most; and I don´t know whether pop music has caused this unhappiness , but I do know that they´ve been listening to sad songs longer than they´ve been living the unhappy lives."
(High Fidelity, de Nick Hornby)



Muito bom. Quem nunca pensou sobre isso?

Eu prefiro não ter uma resposta. Por enquanto, tá ótimo.

Por sinal, esse livro é muito divertido...

Casa


Espaço vazio
metade da minha mente

Chove
abrasa o calor desse Rio

Em frio artificial
rememoro tons orgânicos

Meus sentimentos
passam perto do teu umbral

Vôo líquido
solidificado em tons aparentes

Palavras mecânicas
preenchem o meio manancial

Mas desapareces
pingo a pingo

Sob a chuva
colhida no meu quintal