8.19.2003

RIM

E no silêncio
escrevo versos rasgados
pra te lembrar de que tudo
apesar do esforço dobrado
sempre chega ao fim.
Versos soltos
do que um dia já foi estridente
momentos estranhos
ensolarados e esgarçados
que do desgaste do papel
aparecem como gritos roucos
que pouco a pouco
tornam surdos
os cantos loucos que faziam para mim.
Mas a tristeza deve caber
dentro das horas acordadas
que mantenho guardadas
- desde anos remotos -
sem folha, sem nota e sem fotos
de toda uma vida
ruim.
E acordar
com o sol a sorrir
já parece copo cheio d'água
para quem sofre de rim.

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