6.04.2010

O sol queima a nuca, que se expõe ao ar por entre os fios do cabelo. Descendo a ladeira sobre a bicicleta, não pressiona os freios, deixando o ar quase cortar a pele de seu rosto. Ele sente o sol, alegra-se com o suor que aparece sutil nas suas costas. Quisera poder seguir reto, sem haver de parar no próximo sinal.

Sob a temperatura quente que vai se acumulando no ar, seu corpo se coloca num estado estranho de intermédio: sendo matéria incontestável, consegue se difundir em memórias confusas, mas sempre ternas. Percorre, ao mesmo tempo, espaços tão distintos quanto distantes. Meio mundo se põe em movimento no seu percurso sob o verão que anuncia sua chegada.

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