Querer ser grande e ser pequeno
queimando sob o sol
esperei adormecer por inteiro ali
todos os músculos
e lembrei de cada detalhe da foto
em preto e branco
que pincei da memória do mundo que não foi meu.
Aguardo o próximo suspiro baixo ao meu ouvido
pra poder cair de novo e quebrar os ossos contra o chão.
Assim sinto-me
Todo vivo.
(lembança boa e poesia curta:
o navio que ancora e traz promessas de frescor e palavras cruas)
3.29.2007
3.28.2007
3.27.2007
Enxarcou a camisa de lembranças e pedalou até cair dentro do mar. Enquanto afundava ao peso do seu corpo, dissipava - um a um - cada pedaço de memória incrustrado por entre os fios da trama. Algodão, tinta e um pouco de si e dos outros. A casa antiga, cheiro de madeira, primeiro beijo no escuro da festa, aviãozinho de papel e música fresca no domingo de manhã.
O sal ocupava lentamente as suas frestas que ficavam abertas. Sentia-se bem enquanto adormecia.
Esvaziou e flutuou leve em direção ao fundo. Um sorriso e muito gosto de agora.
O sal ocupava lentamente as suas frestas que ficavam abertas. Sentia-se bem enquanto adormecia.
Esvaziou e flutuou leve em direção ao fundo. Um sorriso e muito gosto de agora.
3.14.2007
Soprei as palavras sobre o papel
o pincel repuxou as dobras da consciência
esticou cada ruga
todas clareadas sob o dia azul.
Peguei os sons e espremi em passos
em gosto de gengibre e peixe cru
um pouco de sal
e longas tragadas
de coca-cola e Marlboro light.
As letras saíram felizes
intactas como o céu das noites de verão.
o pincel repuxou as dobras da consciência
esticou cada ruga
todas clareadas sob o dia azul.
Peguei os sons e espremi em passos
em gosto de gengibre e peixe cru
um pouco de sal
e longas tragadas
de coca-cola e Marlboro light.
As letras saíram felizes
intactas como o céu das noites de verão.
3.11.2007
Acordar e sentir o dia entrar pela narina.
Pegar o tempo e comprimir em manhã - com o cheiro de noite que vai se esvaindo conforme as horas passam.
E, entre um gole e outro de sonolência, dormir minutos, horas, abrindo um buraco fundo e brando nesse espaço. Semi-existir, vagar flutuando pelos quartos, sala e cozinha.
Prolongar a manhã até quebrá-la com a aspereza do meio-dia.
Aí relembrar da vida sensata e fria, estirada sob o sol forte que racha-lhe a face delicadamente construída no ar da pós-madrugada. (estraçalhar a poesia fina)
Entre o lilás e o amarelo saturado, morrer de novo até escurecer a vista e clarificar os pensamentos. Soltar o ar preso, viciado dentro do pulmão desde o primeiro sonho.
Pegar o tempo e comprimir em manhã - com o cheiro de noite que vai se esvaindo conforme as horas passam.
E, entre um gole e outro de sonolência, dormir minutos, horas, abrindo um buraco fundo e brando nesse espaço. Semi-existir, vagar flutuando pelos quartos, sala e cozinha.
Prolongar a manhã até quebrá-la com a aspereza do meio-dia.
Aí relembrar da vida sensata e fria, estirada sob o sol forte que racha-lhe a face delicadamente construída no ar da pós-madrugada. (estraçalhar a poesia fina)
Entre o lilás e o amarelo saturado, morrer de novo até escurecer a vista e clarificar os pensamentos. Soltar o ar preso, viciado dentro do pulmão desde o primeiro sonho.