2.15.2007

Sob a parede da quietude. O ar-condicionado e o cheiro de mofo me fazem lembrar antigos pesares e penso: pensar, sim.

A cidade fragmenta-se dentro de salas, janelas, carpetes. Ainda assim, é necessário o inteiro dos pedaços. Abrir o leque de cores e cheiros. Respiro fundo e dou um pulo dentro de mim. Resumindo sinapses cerebrais, suspiros, vozes e sentimentos (dos rasos até os mais profundos) ao eterno encontro comigo mesmo, acabo chegando ao longo atalho do prazer pela fresta de cada pensamento. Sinto o sopro. Atalho lento e calmo. Como uma pintura sem nada, traço que escreve no imaginário. Aquele que fica atrás de cada olhar.

As coisas, em si, são lagos e reverberações.

Como grandes grandes pedaços de papel que ventam tintas translúcidas com palavras cheias. O clarão de cada um. Precisamente incalculado. Maleável e permeável, ainda assim.


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