Parou e olhou para mim. Disse que não podia. Que não queria. Sua respiração era hesitante.
Pensei que o lugar de tudo que se deseja não devesse ser dentro. Fora. Longe de tudo. Assim vive-se mais tranqüilo. O caminho que leva às coisas não feriria tanto.
A caminhada (passos calmos?), no entanto, é cada vez mais obscura. Em algum lugar no meio dos órgãos, entre o pulmão, estômago, fígado. Entranhado no meio da carne, escorregando no sangue. Ali está o caminho.
E a possibilidade de se encontrar é tão remota. Mais vale andar. Mas vale.
Surgido no pôr-do-sol laranja. Entre os cheiros da chuva no asfalto quente. Está você. E eu. E os nosso órgãos, que retomam os passos internos e nos enganam.
(mas) A beleza está não na apreciação do espelho. Sim no esquecimento dele. Total auto-ludibriação.
(voltando pra casa, novamente. O tempo todo)
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