L´autre. Moi même.
Falar outra língua é como tatear no mundo de novo.
Achar-se novamente dentro do conhecido visível.
Pensar outro.
Hokano kangaekata ni hairukoto. Haitta.
2.28.2007
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Hoje, no calor do Rio de Janeiro, escorreguei pela fresta do dia.
Entre os passos de cada um. Os olhares, verbos. Meneadas de cabeça.
Deslizei por entre os verbos não-ditos. Existi nas baforadas do cigarro.
As freqüências de todas as vozes que se confundiram nos meus ouvidos. Cada pigmento das ruas. As ruas.
Enquanto empurrava o chão atrás de mim, debaixo da borracha do meu tênis, sumi na paisagem e tudo me atravessou.
Esvaziei-me. E enchi de mundo as pequenas partes escuras do meu sono, que embalava enquanto andava pela sombra da calçada.
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Hoje, no calor do Rio de Janeiro, escorreguei pela fresta do dia.
Entre os passos de cada um. Os olhares, verbos. Meneadas de cabeça.
Deslizei por entre os verbos não-ditos. Existi nas baforadas do cigarro.
As freqüências de todas as vozes que se confundiram nos meus ouvidos. Cada pigmento das ruas. As ruas.
Enquanto empurrava o chão atrás de mim, debaixo da borracha do meu tênis, sumi na paisagem e tudo me atravessou.
Esvaziei-me. E enchi de mundo as pequenas partes escuras do meu sono, que embalava enquanto andava pela sombra da calçada.
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2.24.2007
Parou e olhou para mim. Disse que não podia. Que não queria. Sua respiração era hesitante.
Pensei que o lugar de tudo que se deseja não devesse ser dentro. Fora. Longe de tudo. Assim vive-se mais tranqüilo. O caminho que leva às coisas não feriria tanto.
A caminhada (passos calmos?), no entanto, é cada vez mais obscura. Em algum lugar no meio dos órgãos, entre o pulmão, estômago, fígado. Entranhado no meio da carne, escorregando no sangue. Ali está o caminho.
E a possibilidade de se encontrar é tão remota. Mais vale andar. Mas vale.
Surgido no pôr-do-sol laranja. Entre os cheiros da chuva no asfalto quente. Está você. E eu. E os nosso órgãos, que retomam os passos internos e nos enganam.
(mas) A beleza está não na apreciação do espelho. Sim no esquecimento dele. Total auto-ludibriação.
(voltando pra casa, novamente. O tempo todo)
Pensei que o lugar de tudo que se deseja não devesse ser dentro. Fora. Longe de tudo. Assim vive-se mais tranqüilo. O caminho que leva às coisas não feriria tanto.
A caminhada (passos calmos?), no entanto, é cada vez mais obscura. Em algum lugar no meio dos órgãos, entre o pulmão, estômago, fígado. Entranhado no meio da carne, escorregando no sangue. Ali está o caminho.
E a possibilidade de se encontrar é tão remota. Mais vale andar. Mas vale.
Surgido no pôr-do-sol laranja. Entre os cheiros da chuva no asfalto quente. Está você. E eu. E os nosso órgãos, que retomam os passos internos e nos enganam.
(mas) A beleza está não na apreciação do espelho. Sim no esquecimento dele. Total auto-ludibriação.
(voltando pra casa, novamente. O tempo todo)
2.19.2007
O tempo no varal.
Secando, pra depois ser tingido.
O vento soprou. Sobraram os pingos no chão.
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Sobretudocarnavalizadocarioca.
Deito um pouco.
Estico as pernas bem forte. Até cléc-clécarem todos os meus dedos.
Brisa que sopra dentro, e arranha de tão gostosa.
Fecho os olhos.
Imagino o sol queimar.
Secando, pra depois ser tingido.
O vento soprou. Sobraram os pingos no chão.
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Sobretudocarnavalizadocarioca.
Deito um pouco.
Estico as pernas bem forte. Até cléc-clécarem todos os meus dedos.
Brisa que sopra dentro, e arranha de tão gostosa.
Fecho os olhos.
Imagino o sol queimar.
2.16.2007
2.15.2007
Sob a parede da quietude. O ar-condicionado e o cheiro de mofo me fazem lembrar antigos pesares e penso: pensar, sim.
A cidade fragmenta-se dentro de salas, janelas, carpetes. Ainda assim, é necessário o inteiro dos pedaços. Abrir o leque de cores e cheiros. Respiro fundo e dou um pulo dentro de mim. Resumindo sinapses cerebrais, suspiros, vozes e sentimentos (dos rasos até os mais profundos) ao eterno encontro comigo mesmo, acabo chegando ao longo atalho do prazer pela fresta de cada pensamento. Sinto o sopro. Atalho lento e calmo. Como uma pintura sem nada, traço que escreve no imaginário. Aquele que fica atrás de cada olhar.
As coisas, em si, são lagos e reverberações.
Como grandes grandes pedaços de papel que ventam tintas translúcidas com palavras cheias. O clarão de cada um. Precisamente incalculado. Maleável e permeável, ainda assim.
A cidade fragmenta-se dentro de salas, janelas, carpetes. Ainda assim, é necessário o inteiro dos pedaços. Abrir o leque de cores e cheiros. Respiro fundo e dou um pulo dentro de mim. Resumindo sinapses cerebrais, suspiros, vozes e sentimentos (dos rasos até os mais profundos) ao eterno encontro comigo mesmo, acabo chegando ao longo atalho do prazer pela fresta de cada pensamento. Sinto o sopro. Atalho lento e calmo. Como uma pintura sem nada, traço que escreve no imaginário. Aquele que fica atrás de cada olhar.
As coisas, em si, são lagos e reverberações.
Como grandes grandes pedaços de papel que ventam tintas translúcidas com palavras cheias. O clarão de cada um. Precisamente incalculado. Maleável e permeável, ainda assim.
2.10.2007
2.08.2007
2.06.2007
2.05.2007
As impressões de poucas coisas
sobre o barulho de copos de vidros.
Percebi o quanto de mim existe no mundo. E penso estar contente. Andar pelas mesmas ruas não me oprime mais. Esparramo os pensamentos como em amplas poltronas confortáveis (ou redes) e deixo o corpo mover-se no automático. Viro as esquinas como viro as páginas do livro que releio pela milésima vez, e que só agora me apresenta seus signos completos. Penso andar na rua. Mas acho que a rua anda em mim.
Depois, uma coca-cola e um cigarro. Respiração e olhar. E volto pra casa como que esvaziado. Esperando pelas páginas físicas do próximo livro.
sobre o barulho de copos de vidros.
Percebi o quanto de mim existe no mundo. E penso estar contente. Andar pelas mesmas ruas não me oprime mais. Esparramo os pensamentos como em amplas poltronas confortáveis (ou redes) e deixo o corpo mover-se no automático. Viro as esquinas como viro as páginas do livro que releio pela milésima vez, e que só agora me apresenta seus signos completos. Penso andar na rua. Mas acho que a rua anda em mim.
Depois, uma coca-cola e um cigarro. Respiração e olhar. E volto pra casa como que esvaziado. Esperando pelas páginas físicas do próximo livro.