5.06.2008

Hoje a praia estava tão grande, grande como há onze anos atrás. Num espaço - coqueiros, céu azul escuro, ondas ao fundo e algumas pessoas caminhando, com pressa e com medo - uma linha (quebradiça) de acontecimentos fortuitos. Mas não os acontecimentos acontecidos, mas os existidos de alguma forma.

Por que os coqueiros impregnaram tão fortemente a imagem? Por conta do céu escuro que os escorava, num frescor de frente fria carioca, emulando alguns invernos mal-sucedidos, idas a restaurantes, livros em livrarias pequenas e abarrotadas, coca-cola com amigos, euforia de outrora. Dentro de uma inclinação à calmaria, impressionante como a mais calma das imagens pode ter como efeito o seu contrário. Ou talvez, a sua própria condição de existência.


***


Esquecer é, sem dúvida, das melhores formas de sempre se lembrar.

Não um retorno, mas uma sempre-ida que acaba transformando algo desde-sempre-igual em algo-a-todo-segundo-diferente.

No comments: