5.06.2008

De uma forma ou de outra, estar com tantas pessoas o fez imaginar-se só. A abundância parecia-lhe excessiva e, respirando fundo, conseguia encontrar uma certa tranqüilidade na pura ausência. Não um turbilhão, mas um zunido bem enfraquecido, translúcido, amarelado e levemente refrescante. O pisar de um pé após o outro - não o verbo, nem a ação, mas algo que fica entre as duas coisas - era-lhe inspirador a ponto de conseguir alcançar uma certa instância de vazio.

Nem dizer e nem ouvir, sem egocentrismo, mas uma tentativa de só ver, o tempo todo. Não ver o espetáculo, nem o mais escondido, mas ver ali, no meio, o que mais parece óbvio: nem poesia, nem informação, uma certa latência constantemente ignorada.

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