12.05.2004

Sweet (sweet...) dreams are made of this

-Será?

Era quase nada. Pôs na boca e achou que poderia continuar como antes. A música era estranha, o ambiente amigável - escuro e estranhamente familiar. Espaços amplos e vazios. Relaxou.

-E aí? Já?

Nada. Parecia que estava cada vez mais desenvolto dentro dos seus próprios limites físicos do corpo. Apenas isso. Conseguia sentar-se e tomar uma cerveja tão levemente quanto conseguia ficar de pé e fumar um cigarro.

Andou de um quarto ao outro, procurando algo que o prendesse. As luzes eram de cores diferentes, e a casa se transformava em um enorme mosaico de quartos coloridos: verdes, azuis, roxos, amarelos. Não havia móveis, e as bexigas flutuavam no ar de maneira incadescentemente frágil. Banheiro, quarto, quadrado, quarto, retângulo, escada, verde, azul, flurescente, roxo, preto.

Bum. Percebeu a música. Começou a rir. A realidade pode ser realmente divertida quando nos encontramos distanciados dela. Distaciados e, ao mesmo tempo, completamente imersos. Mergulhados.

O ar o puxava de um ambiente ao outro, os gritos eram euforicamente felizes. Felicidade. Artigo tão escasso que deve ser degustado com todas as células de todas papilas gustativas. Pegou um pedaço de gelo e passou pelo seu rosto. O gelo podia derreter em poucos minutos, em contato com a sua pele. O rosto, o braço, o pescoço. O gelo. Isso sim era sentir o que há de concreto na realidade.

Quando achou que ia parar, deram-lhe mais gelo, a música voltou e o sol começava a nascer. Ainda duraria algumas horas. O sol esquenta e o gelo derrete. Vida simples, cíclica e muito satisfatória.

2 comments:

Carol said...

vida cíclica, simples e muito satisfatória.
adorei essa frase!

Nina said...

be ready for new year´s eve my dear
e dá-lhe visu da cachu