Cheguei.
Aqui o sol é forte, os espaços são amplos, as pessoas ruidosas e tudo é bastante pronunciado. Encosta-se e derrama-se: os limites estão bem do lado de fora. Aqui tenho amigos, passado longo, afetos profundos e confortáveis como uma poltrona funda, café na varanda, bate-papo sem fim.
Cheguei em casa. Foram menos que dois anos, mais do que um ano, uma distância fenomenal e um tempo que pareceu longuíssimo. Ausência e presença intensas, que ganharam outros contornos a partir disso tudo. Agora, já não acredito mais nessa fixidez toda.
Percebi que, inevitavelmente, fui forçado a viver com saudade. Que presença vai sempre requerer a ausência. Sempre. Sempre. Sempre.
"Voltamos", mas não se sabe ainda muito bem para onde.
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