10.02.2008

não mais falar disso ou daquilo. talvez não mais a palavra que se acerca de uma coisa. a palavra-sintoma ou a palavra-metade, incompletude.

olhar o dia azul que me instiga a escrever, não é para escrevê-lo (muito menos descrevê-lo). não para me referir ao azul do dia, tornando esse azul uma idéia vaga atrás das letras, tentando ser entrevisto por entre as frases. nem para tornar as palavras uma tentativa nula de copiar o azul tão azul do céu que me moveu a escrevê-las.

talvez para ser o próprio azul. não sê-lo na sua característica de céu azul, mas sê-lo na sua característica de palavra azul. assim, respirando as palavras [não digitando-as, nem escrevendo-as], ser palavra-azul, céu-palavra, e uma coisa outra que me foge, porque ainda tento aqui descrevê-la.

***

Fico assim, tentando apontar pra porta de saída de uma poesia relaxada e fugidia.

Porque assim se é sem ser. Sendo, dessa forma, tudo mais céu, necessariamente.

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