Espero aqui, sentado, balançando as pernas, o tempo se pronunciar. Ele nunca diz nada, mas deixa suas pistas delicadamente, utilizando-se de si mesmo para enganar-nos.
Malandro de outrora, no entanto, ele já não consegue me enganar tanto assim. Foco minha vista já cansada da espera e, juntando-me à sua eterna brincadeira de esconde-esconde, instalo-me no seu trabalho e, no esforço de imaginar a sensação do invisível, consigo degustar cada aceno que me dá. Conseguimos então, assim, selar a amizade que, ao mesmo tempo, provoca o escárnio e o imenso respeito que cultivo.
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