1.21.2008

Entre um piscar e outro, ficou olhando para o foco de luz que se escondia e se revelava intermitentemente atrás das gotas de chuva que escorriam pelo vidro. O fim de tarde nublado deixava-o sempre imerso na vista da janela. Não lhe ocorria no pensamento mais do que aquilo que se apresentava na sua frente. Como se estivesse aprisionado pelo normal, espreitava as pequenas mudanças que nunca paravam de acontecer. Acontecendo o tempo inteiro, como se o acontecer era uma coisa só: deixava de acontecer. Assim, consigo, totalmente sozinho, imaginava que a comunicação era a última coisa a que se devia prestar atenção. Totalmente sozinho, a intensidade de tudo era quase concreta, matéria em que se podia tocar com os próprios dedos.

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