Uma linha de força,
uma fuga
obsolescência de si mesmo.
Na foto, a imagem passada resgata a sensação do presente intenso. Enquanto sorrio e converso com o parente do outro lado da mesa, em algum dia perdido na última década, parece que me acumulo em mim mesmo até chegar ao depositório transbordante que apresenta-se hoje como 'eu'. Assim até morrer. A saturação infinita: passado esvaziado, ingênuo, com o muito-espaço-ainda-por-vir, como se as experiências já tivessem seu lugar ali reservado. Hoje, tessitura engordurada da vida e dos gestos. Muita significação. O fim, no entanto, é inexorável, mas também incalculável. E os espaços, só forma de organização.
Saio da imagem e volto-me a hoje e, incrivelmente, ao virar-me para o inapreensível, esqueço-me e pareço comigo desde que nasci. Na fotografia, um depositório, mas aqui, um sempre-sendo desde os tempos mais remotos. Presente sem futuro. O presente intenso trazido pela imagem é um já-passado, um presente em comparação, uma composição de mim para mim. Sem moldura, no entanto, posso extrapolar essas pequenas definições.
No comments:
Post a Comment