4.29.2007

Depois de tudo esqueço o que um dia me recordou a minha própria imagem.

Andei sobre os fatos do dia com a coragem de quem não vê passar o tempo afundado na cama. Coragem de sentir passar. Soprei as palavras que queria ouvir na hora boa e comi toda alegria do mundo. A digestão levou os grãos mais pesados. Ficou aquela sensação de fotografia em preto e branco, luz na janela e céu azul.

O ar fresco me permitiu ser eu-sem-peso. Eu e tudo que traz a minha carapaça móvel. Falei chá verde, arroz e muita areia quente de verão. E constatei grãos porosos que deixam a água passar. Retém os destroços e cristalizam os sentidos.

O sentido de tudo que não entendo é aquilo que me comove.

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