.
.
.
O ponto final é uma precipitação sobre um abismo.
.
.
.
4.29.2007
Depois de tudo esqueço o que um dia me recordou a minha própria imagem.
Andei sobre os fatos do dia com a coragem de quem não vê passar o tempo afundado na cama. Coragem de sentir passar. Soprei as palavras que queria ouvir na hora boa e comi toda alegria do mundo. A digestão levou os grãos mais pesados. Ficou aquela sensação de fotografia em preto e branco, luz na janela e céu azul.
O ar fresco me permitiu ser eu-sem-peso. Eu e tudo que traz a minha carapaça móvel. Falei chá verde, arroz e muita areia quente de verão. E constatei grãos porosos que deixam a água passar. Retém os destroços e cristalizam os sentidos.
O sentido de tudo que não entendo é aquilo que me comove.
Andei sobre os fatos do dia com a coragem de quem não vê passar o tempo afundado na cama. Coragem de sentir passar. Soprei as palavras que queria ouvir na hora boa e comi toda alegria do mundo. A digestão levou os grãos mais pesados. Ficou aquela sensação de fotografia em preto e branco, luz na janela e céu azul.
O ar fresco me permitiu ser eu-sem-peso. Eu e tudo que traz a minha carapaça móvel. Falei chá verde, arroz e muita areia quente de verão. E constatei grãos porosos que deixam a água passar. Retém os destroços e cristalizam os sentidos.
O sentido de tudo que não entendo é aquilo que me comove.
pelo menos em mim a festa quebra futuros possíveis
.
ando asséptico pelos espaços
sujando de mim um pouco de tudo que brota
na superfície dos olhos e no fundo da memória
.
não se vê
construo meu abrigo aqui
e carrego por todos os cantos
.
.
o mundo que existe
sopra vazio e cheio
na caminhada de volta
que toma o meu tempo inteiro
.
ando asséptico pelos espaços
sujando de mim um pouco de tudo que brota
na superfície dos olhos e no fundo da memória
.
não se vê
construo meu abrigo aqui
e carrego por todos os cantos
.
.
o mundo que existe
sopra vazio e cheio
na caminhada de volta
que toma o meu tempo inteiro
4.23.2007
4.20.2007
4.19.2007
4.18.2007
1, 2, 1, 2
respiração e gole d´água
persigo o foco dentro
olho e no final
não busco nada
1, 2, 1, 2
os sentidos incrustrados nas coisas
corpo mole e mastigado
o tempo surge
e desaparece com o pensamento
fio solto das minhas frases
solto
e não digo coisas aparentes
revolver e começar e esvaziar e esvaziar
busca no intervalo
entre mim e mim mesmo
que lá está
(aquilo)
do que está e não está
respiração e gole d´água
persigo o foco dentro
olho e no final
não busco nada
1, 2, 1, 2
os sentidos incrustrados nas coisas
corpo mole e mastigado
o tempo surge
e desaparece com o pensamento
fio solto das minhas frases
solto
e não digo coisas aparentes
revolver e começar e esvaziar e esvaziar
busca no intervalo
entre mim e mim mesmo
que lá está
(aquilo)
do que está e não está
4.16.2007
4.14.2007
Abri o olho e o verde passou
Soprei respiro nota a nota (a música falava pela paisagem)
Os pensamentos molhados de suor
- e molho de soja bem preto da cor do meu cabelo -
Cobrei de mim as partes do mundo
todas em uma lista miúda e ilegível
Até que escorregado entre os instantes
Dormi de volta e recostei sobre mim mesmo.
Soprei respiro nota a nota (a música falava pela paisagem)
Os pensamentos molhados de suor
- e molho de soja bem preto da cor do meu cabelo -
Cobrei de mim as partes do mundo
todas em uma lista miúda e ilegível
Até que escorregado entre os instantes
Dormi de volta e recostei sobre mim mesmo.