2.01.2005

zum zum
(conversa de lugar)

Andando de lá pra cá
a vida está pra acabar
e eu acabo caindo
em mim
caindo
sem fim
dentro do sono que me corrompe.
Os nervos à flor da pele
não deixam cantarolar
pequenos restos de palavras
mofadas
guardadas
para talvez um dia
secar no armário
poesias deturpadas
que poderiam ser ar
mar
trazendo pra mim o frio e o sol.
[Anda
percebe o que me cerca]
Para continuar a queda
e fechar raciocínios
aquietar insônias
rachar a redoma mágica
e poder voar
cantar em silêncio
todas as notas brancas e amarelas
empoeiradas de algum canto
quebrar e sair assim
à escuridão somatizada
e realizada em cada grão
presente enfim.

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