5.01.2009

Niterói

Para não desfacelar a face de uma cidade, aparar suas arestas. Recostar nos seus cantos, suas esquinas. Calcular os passos de vez em quando. Sair para andar, tracejar novos espaços. Desfazer, refazer, desconstruir os mapas. Pela mesma rua, em outra calçada. Cada rua tem mil calçadas. E cada calçada, outros mil caminhos.

Parar a cada minuto, virar as costas e reconsiderar as possibilidades. Fazer rotinas e desmantelá-las. Uma a cada cinco dias. Depois voltar, o tempo todo. Ouvir suas conversas e descascar as suas camadas.

"Vamos tomar um café?" Dois, três. Quantos cigarros forem necessários. Depois percorrer os seus vincos todos. Aqueles viciados e aqueles renovados. Adentrar a noite.

Sem surpresas, mas um frescor de brisa de fim de tarde.

Não devemos plastificar as experiências.


***

Em Kyoto, percebo Niterói.
Estranha essa sensação.
Coletei cinco imagens na internet, mas nenhuma é Niterói. Todas mentem ao dizer serem.

1 comment:

bruno_fiuza said...

keiji, todos os lugares são o mesmo lugar.